A maior enchente do Amazonas trouxe inúmeros
problemas para os municípios e capital e deixou desabrigadas milhares de
pessoas que vivem às margens dos rios que cortam o Estado.
Considerando a grave situação que a natureza
impôs ao Amazonas, foi impossível para o governo e prefeituras atender a todos
os desabrigados, apesar do esforço do poder público para fazer o melhor por
essa gente humilde e sofrida, entre eles irmãos e irmãs que servem a Jesus e
frequentam as mais diferentes igrejas.
Muitos de nós estamos orando em favor dos
flagelados, independente do credo que eles professam, a fim de que o Senhor
atenda às necessidades de cada família. Mas o dever do cristão deve ir além da
oração. Os fiéis precisam mobilizar-se e fazer alguma coisa prática para ajudar
nossos irmãos e dar-lhes apoio não só espiritual, mas também material.
O apóstolo Tiago alertou-nos contra nossa
omissão e indiferença no tocante ao cuidado que devemos ter com os
necessitados. Após mostrar-nos que a fé sem obras é morta, ele nos afirma que
nossa fé em Deus é evidenciada pelas obras que praticamos. Veja o que escreveu
o autor sagrado: ‘’Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e
necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: ide em
paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o
corpo, qual é o proveito disso? Assim, também, a fé se não tiver obras, por si
só está morta’’ (Tg 2.15-17).
A recomendação do irmão de Jesus vem sendo
seguida à risca pela Assembleia de Deus no Amazonas, uma igreja fiel aos
princípios bíblicos e que tem procurado atender à pessoa humana de modo
integral, ou seja, espírito, alma e corpo. É assim que demonstramos nossa fé –
praticando boas obras e atendendo aos doentes e enfermos, aos humildes e
carentes, ao órfão e às viúvas, em suas necessidades, sejam elas espirituais ou
materiais.
Como presidente da igreja, procuro
conscientizar e mobilizar os irmãos assembleianos no sentido de ajudar os
necessitados e prover-lhes suas carências. Em companhia do pr. Samuel Câmara,
visitei alguns lugares atingidos pela cheia e vi ‘’in loco’’que a situação de
muitos ribeirinhos é calamitosa e comovente. Muitos não têm roupas para vestir,
alimentos, água potável e medicamentos e, ainda por cima, estão sujeitos aos
ataques de animais peçonhentos, estando suscetíveis, inclusive, a inúmeras
doenças. Desabrigados e sem ter onde dormir, é realmente dramática a situação
em que vivem. Aproveitei a viagem para distribuir algumas toneladas de
alimentos, roupas e remédios e orar pelos que sofrem e vivem à mercê da própria
sorte. A felicidade no olhar de cada uma das pessoas beneficiadas marcou nossa
viagem e foi-nos impossível esquecer esse gesto, bem como as palavras de
agradecimento que fizeram a Deus e a nós, servos dEle.
As recomendações de Tiago, o exemplo do
Mestre Jesus e o dever que o cristão tem com o próximo foram a motivação que
nos levou a isso. O desejo de ser bem-aventurado também nos impulsiona à ação.
Veja o que disse Davi: “Bem-aventurado aquele que ajuda ao necessitado; o
Senhor o livrará no dia da adversidade”.
Sei que isso é somente para aqueles que têm
fé. Não qualquer fé, mas a verdadeira, a
que aponta para Jesus. A fé do crente Abraão. A fé com obras.
Pr. Jonatas Câmara